Vítima diz que suposto estupro aconteceu na casa do agressor (Foto: Portal Infonet) |
“Nesta terça-feira, 7, estaremos indo ao MPE para pedir a adoção de uma medida protetiva para minha cliente que chegou até a pedir demissão da empresa que trabalha por não querer voltar a Usip, e dessa forma garantir que sua vida siga, e que ela não fique tão reprimida pela situação que passou”, diz.
A vítima de 36 anos, é casada, tem um filho e mora no município de Nossa Senhora do Socorro. Ela trabalha em uma empresa terceirizada que presta serviço para a Fundação Renascer desde o mês de setembro, e passou os meses de novembro e dezembro tirando férias na Usip.
O estupro, segundo relato da própria vítima, aconteceu no dia 21 de dezembro de 2019 na casa do suposto agressor, em um condomínio no bairro Jabotiana. De acordo com o relato da agente de limpeza, o diretor teria chamado ela para ir até sua sala e disse que tinha uma faxina para acertar com ela.
“Ele disse que me pagaria no ponto de ônibus 11h30 para a gente acertar essa faxina. Ele passou de carro e fomos até a casa dele, antes ele parou em um quiosque e comprou cerveja. Ao chegar na casa dele, ele fechou a porta, tirou a chave, tirou a camisa e o sapato. Eu achei estranho, fiquei nervosa e pedi água, e ele foi buscar. Pouco depois que bebi a água, que estava meio amarga, me senti estranha, desorientada, com os pensamentos confusos e foi ai que ele começou a me abraçar e me beijar, e as relações sexuais aconteceram”, relata a mulher, ao acrescentar que conta que saíram da casa do diretor por volta das 16h.
O boletim de ocorrência (BO) só foi registrado na 8ª Delegacia Metropolitana (8ª DM) no dia 27 de dezembro e a vítima ainda não passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). “No dia 26 eu fiquei sabendo por um colega que o diretor tinha dito que ia tirar uma casquinha minha, notei as pessoas me olhando diferente, e foi ai que eu vi que essa história não podia ficar assim impune, que eu tinha que fazer alguma coisa, e no outro dia eu fui na delegacia, e no dia 2 (quinta-feira) fui ouvida na DAGV. A única coisa que quero é justiça”, afirma.
O advogado responsável pelo caso, Aloísio Vasconcelos, explica que mesmo sem o exame de corpo de delito, o relato da vítima demonstra que houve o assédio sexual e o estupro. “Fica claro que ela foi coagida pelo diretor da unidade e que houve o estupro. Ela é uma pessoa que tem marido, filho, e não ia se expor dessa forma se não fosse verdade”, conclui.
Fundação Renascer
Em nota a Fundação Renascer informa que, assim que tomou conhecimento do caso, instaurou sindicância para apurar os fatos e encaminhou o afastamento do diretor da sua função na unidade. Desde hoje, 6, Júlio Reis, diretor do Cenam passa a responder também pela USIP.
A gestão da Fundação diz na nota que não compactua com qualquer ato violento ou criminoso por parte de nenhum servidor e que, caso se confirme o fato, providenciará a destituição do diretor das funções, devendo ele responder às autoridades competentes.
Por Karla Pinheiro